O deputado federal do Maranhão, Aluisio Mendes (Republicanos), subiu o tom contra o ministro da Justiça, Flávio Dino, na CMPI do 8 janeiro nesta terça-feira (1º), depois que o ministro maranhense recusou em disponibilizar as imagens do Ministério da Justiça e Segurança Pública, no dia dos ataques do 8 de janeiro.
Segundo Aluisio nunca na história do Congresso Nacional um ministro se recusou em fazer o dever constitucional e citou a CPI da Petrobras criada inicialmente em 2009, continuada em 2014 com as investigações de corrupção da Petrobras pela Lava Jato, que na ocasião o ex-ministro da Estatal Petrolífera, Eduardo Cardoso foi convocado na época e disponibilizou todas as informações solicitadas.
Ainda de acordo com o parlamentar maranhense, Dino já deu declarações diferentes na Rede Globo, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na Comissão de Segurança Pública (CCSP), quanto a sua localização no dia dos ataques aos Três Poderes. Aluisio enfatizou que o ministro pode responder criminalmente por recusas de fornecer informações a CPMI.
"Nós precisamos saber qual dessas afirmações é verdadeira que o ministro Flávio Dino disse, pois o ministro tinha sob sua autoridade a Força Nacional de Segurança Pública, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal. Ele foi avisado no dia sete de janeiro pela Abin e pelo diretor geral da Polícia Federal nomeado por ele de que aquele movimento estava se organizando" - disparou Aluisio Mendes na CPMI.

Outro parlamentar que subiu o tom com Dino foi o senador Omar Aziz (PSD-AM) que acirrou ainda mais a polêmica que envolve Flávio Dino após o ministro da Justiça e Segurança Pública ter negado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro acesso às imagens da movimentação de manifestantes captadas pelas câmeras de videomonitoramento do Ministério da Justiça no dia da invasão.
"Todos sabem que eu sou governo, mas preciso ter coerência. Não pode haver dois pesos e duas medidas" - afirmou Aziz.
O senador amazonense afirmou ainda que a CPMI tem poder de polícia e pode fazer busca e apreensão e que na época que presidiu a CPI da Covid-19 chegou a dar ordem de prisão a um ex-diretor do Ministério da Saúde sob a acusação de que ele mentiu em seu depoimento.
O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, Arthur Maia (UNIÃO/BA), decidiu ainda nesta terça-feira, que o ministro da Justiça Flávio Dino tem 48 horas para entregar imagens internas.
Créditos (Imagem de capa): Foto: Reprodução
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