Na última terça-feira (12), a Apple apresentou a linha iPhone 15, que trazem "novidades" como conector USB-C (3.0 apenas para os Pro e Pro Max; os demais, que se virem com USB 2.0 em pleno 2023), câmeras melhores, uma GPU que promete rodar games AAA com qualidade do PS5 e Xbox Series X... mas não é disso que falaremos aqui.
É fato conhecido que a maçã e a Samsung vivem "entre tapas e beijos" desde 2010, quando a companhia sul-coreana lançou o primeiro Galaxy S, o que desencadeou uma longa batalha judicial entre as partes, com uma acusando a outra de copiar seus designs em seus produtos. O problema, a Samsung era fornecedora de vários componentes do iPhone, com ênfase no "era".
Cupertino entendeu que não fazia sentido manter uma rival e desafeto na folha de pagamento, e com o passar do tempo, foi removendo a Samsung da lista de fornecedores de componentes mobile. A perda mais sentida foi o SoC, no que a taiwanesa TSMC garantiu exclusividade ao imprimir processadores melhores.
Claro, hoje sabe-se que Cupertino não queria de jeito nenhum que a Samsung tivesse acesso aos esquemas da linha de chips Apple Silicon, com medo de que seus esquemas pudessem favorecer melhorias nos chips Exynos, mas isso não se aplica a partes como a memória Flash NAND de armazenamento, no que a Sammy foi trocada pela SanDisk no mercado global; na China, a atual parceira é a CK Storage.
O único componente do qual a Apple não consegue eliminar a presença da Samsung, é justamente o mais evidente em qualquer smartphone que se preze, a tela. Todos os novos modelos são equipados com displays OLED, e os coreanos em geral são ótimos em desenvolver produtos com tecnologia de pontos orgânicos, logo, não surpreende que a segunda principal fornecedora de telas para o iPhone seja justamente a LG, sua eterna rival.
Por muito tempo esta também fabricou smartphones, e embora não seja mais o caso, a Apple idealmente não gostaria de contar com companhias com as quais diretamente compete (ou competia) na sua lista de fornecedores. Este foi um dos motivos que levou a gigante a fechar com uma terceira fornecedora de displays OLED, a chinesa BOE Technology, que já fabricava telas LCD para as linhas iPad e MacBook.
Claro, há alguns problemas para a implementação desse plano. O primeiro e principal, a Samsung é apenas boa demais no que faz, no que a companhia cumpre todas as especificações exigidas pela maçã, e entrega exatamente tudo o que lhe é exigido; o segundo, diretamente ligado ao primeiro, se refere às demais empresas, mesmo a LG, não chegarem perto da cadência e qualidade da principal fornecedora.
Em 2022, a BOE foi pega alterando o design de circuitos internos da película de filme, aumentando sua largura para simplificar a produção, sem avisar a Apple, que suspendeu as compras de telas para as linhas iPhone 13 e 14 por um tempo; ela chegou a ser excluída da cadeia de suprimento, mas foi posteriormente reintegrada.
Fonte/Créditos: Ronaldo Gogoni
Créditos (Imagem de capa): Foto: Reprodução
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