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UNICEF aponta 129 cidades maranhenses que melhoraram as condições de vida de crianças e adolescentes

Além de conquistarem o Selo UNICEF, foi fundamental para estes municípios melhorarem mais do que a média nacional em saúde, educação e proteção contra violência.

UNICEF aponta 129 cidades maranhenses que melhoraram as condições de vida de crianças e adolescentes
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O Fundo das Nações Unidas para a Infância no Brasil (UNICEF) revela, nessa quarta-feira, as 129 cidades do Maranhão que mais melhoraram as políticas públicas municipais voltadas a crianças e adolescentes, entre 2021 e 2024 (confira a lista). Essas cidades avançaram mais do que a média nacional em diversas áreas, alcançando impactos positivos para a infância e adolescência – e agora recebem o Selo UNICEF. 

Para chegar a grandes resultados, as cidades premiadas se empenharam em cuidar bem da primeira infância e da adolescência; melhorar a educação – da creche até a transição de jovens para o mundo do trabalho –; investir na saúde física e mental de meninas e meninos; promover hábitos de higiene e acesso à água limpa; proteger crianças e adolescentes das violências; e garantir a proteção social às famílias vulneráveis, em especial aquelas oriundas de povos e comunidades tradicionais. 

Todas elas participam do Selo UNICEF, estratégia do UNICEF – tendo o Instituto Formação como parceiro de implementação no Maranhão – destinada a apoiar cidades das regiões mais vulneráveis do País para que melhorem políticas públicas voltadas à infância e adolescência. Após quatro anos de muito trabalho, essas 129 cidades conseguiram melhorar mais do que a média nacional em diferentes áreas, com destaque para: imunização e proteção contra as violências. 

"Não estamos falando das cidades com os melhores indicadores, mas das cidades que mais melhoraram em relação à situação em que elas estavam em 2021. O UNICEF comemora esse avanço de cidades em regiões vulneráveis que conseguiram tirar o atraso e melhorar mais. Com o apoio do UNICEF, esses municípios conseguiram trazer mais eficiência para a sua gestão em diferentes áreas ligadas aos direitos da infância e adolescência, passando a cumprir de forma mais eficiente o que já é um dever do poder público" - explica Youssouf Abdel-Jelil, Representante do UNICEF no Brasil.   

Embora ainda existam grandes desafios, os avanços alcançados pelos municípios que recebem o Selo UNICEF devem ser celebrados.

"O que estamos fazendo nas regiões Norte e Nordeste é um trabalho de larga escala visando à garantia de direitos fundamentais para milhares de meninos e meninas. É importante que essas cidades continuem se desenvolvendo e evoluindo para que crianças e adolescentes que lá vivem possam ter uma trajetória plena, com oportunidades, protegidos e tendo melhores condições para viver" - complementa Youssouf Abdel-Jelil. 

O Selo UNICEF será entregue, oficialmente, aos municípios do Maranhão em um evento em São Luís, dia 14 de novembro. Mais informações sobre local e credenciamento de imprensa serão compartilhadas em breve. 

Confira, a seguir, as principais conquistas que esses municípios alcançaram em quatro anos:  

Mais crianças imunizadas:

Coberturas vacinais melhoram mais nos municípios certificados com o Selo UNICEF no Maranhão, em comparação à média nacional. Enquanto, no Brasil, de 2020 a 2023, as coberturas da Tríplice Viral D2i aumentaram 2,6% (de 64,27% para 65,91%), nos municípios certificados pelo Selo UNICEF no Maranhão o aumento foi de 30,9% (de 47,6% para 62,3%). 

"Após anos de queda nas coberturas vacinais infantis, a retomada da imunização merece ser comemorada. Vacinas criaram uma barreira protetora para toda a comunidade, impedindo que diversas doenças cheguem à população. Vimos, nos municípios que agora recebem o Selo UNICEF, grandes esforços que ultrapassaram os muros das unidades básicas de saúde e alcançaram escolas, CRAS e outros espaços e equipamentos públicos. Os dados nos mostram que ainda há muito a fazer para chegar aos 95% de cobertura previstos pela OMS. Mas estamos no caminho certo" - defende Luciana Phebo, chefe de Saúde do UNICEF no Brasil. 

Mais crianças na escola, aprendendo:

O abandono escolar caiu mais nos municípios certificados pelo Selo UNICEF, em comparação à média nacional. No Brasil, de 2019 a 2023, o abandono escolar caiu 38%, passando de 1,3% para 0,8%. Já nos municípios certificados no Maranhão, a queda foi maior: 47,8% (saindo de 1,9% e chegando a 1%). 

"Há, no Brasil, uma naturalização do fracasso escolar, fazendo com que a sociedade aceite que um perfil específico de estudante abandone a escola, ingresse de forma precária no mundo do trabalho ou na criminalidade, se mantenha na pobreza e esteja mais suscetível às diversas violências, incluindo os homicídios. Quando vemos cidades reduzindo o abandono escolar, estamos diante de um resultado potente, capaz de garantir que mais e mais meninas tenham trajetórias de sucesso, com direitos garantidos" - afirma Mônica Dias Pinto, chefe de Educação do UNICEF no Brasil. 

Mais crianças protegidas:

Quando falamos da proteção de crianças e adolescentes contra as violências, é fundamental que essas ocorrências deixem de ser invisibilizadas e possam ser melhor prevenidas e endereçadas. Para tanto, existe um sistema de registro e encaminhamento de casos pelos Conselheiros Tutelares, chamado Sistema de Informação para Infância e Adolescência (Sipia), que está disponível em todo o País, mas que nem sempre é utilizado. 

A adesão e o uso adequado do Sipia estavam entre as ações que os municípios que agora recebem o Selo UNICEF deveriam realizar. Nas cidades certificadas no Maranhão, o número de notificações de violências contra crianças e adolescentes aumentou passando de 28 notificações em 2020 para 10.012 em 2023. No mesmo período, nacionalmente, as notificações aumentaram de 118.995 para 578.859. 

 

"Tirar a violência da invisibilidade é o primeiro passo para proteger crianças e adolescentes. Os avanços nos registros de casos mostram que havia milhares de meninas e meninos sofrendo diferentes tipos de violência, sem que o poder público soubesse e pudesse atuar. Com esses casos registrados, toda uma rede de proteção pode ser acionada" - explica Vanessa Wirth, chefe interina de proteção à criança do UNICEF no Brasil. 

Créditos (Imagem de capa): Foto: Divulgação/UNICEF BRZ - Marina Domar

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